Quinta-feira, Agosto 23, 2007

Edy, o Homem-Música


Falar sobre a música pop paraibana é obrigatório falar de Edmundo Gonzaga Nascimento. Caso raro de talento musical, Edy é guitarrista, baixista, compositor, produtor e ainda jornalista. Nos últimos quinze anos, com sua versatilidade artística, tem participado dos momentos mais significantes com as melhores produções feitas nesses tempos. De espírito cosmopolita já rodou o país todo e chegou a morar na Nova Zelândia.

Curiosamente seu interesse pela música teve inicio bem distante de João Pessoa, como revela: "Comecei a tocar quando ainda morava em Fortaleza e cursava ensino médio. Tony Cochrane, um amigo da época, dono de uma loja de sons alternativos/punk/metal me mostrou muitos dos sons que me fizeram começar a ter vontade de tocar."

Vestido de uma singular modéstia, já participou e colaborou para um monte de bandas e artistas, sempre deixando sua característica como músico e compositor. "Já passei por muitas, muitas bandas mesmo ! Bandas de garagem, bandas que duraram pouco. Vou citar algumas da fase em que, digamos, as coisa começaram a ficar mais sérias mais consistente:

Rotten Flies (H.C.) – gravei minha primeira demo – "Cultura do Ódio"

Tribo Éthnos (hip-hop) – gravei meu primeiro CD e participei do segundo CD da Tribo

Flávio Cavalcanti (rock) – Começamos a trocar em grandes festivais, gravamos um CD independente, lançamos um single pela VIRGIN RECORDS e um CD pela ABRIL MUSIC, morreu na contramão atrapalhando o tráfego.. hahaha. Acho que uma grande experiência, tivemos oportunidade de trabalhar com grandes produtores, moramos em São Paulo durante quase dois anos, gravamos em grandes estúdios. Aprendizado importante.

Eleonora Falcone(MPB) - Cantora que faz uma MPB de vanguarda, que morava no Rio de Janeiro e flertava com bossa, ritmos regionais e música eletrônica. Riquíssimo musicalmente. Interessante é que tínhamos um Cello na banda.

Zeferina Bomba(NOISECORECOCOGROOVEENVENENADO) – época divertida, muito divertida. MADA, Festival Ruído, em Fortaleza, gravação com Miranda no Fábrica Estúdios. Divertido, muito divertido, infelizmente, não pude ir com eles pra São Paulo em unção de compromissos profissionais em João Pessoa. Eles estão muito bem com o Martin, gente boa.

Star 61(GLITTER ROCK) – Se o Zeferina já era divertido, o Star era o triplo. Fá, o vocal é uma das pessoas mais roquenrou que eu conheço. A formação da qual fiz parte era muito louca, com Fá, Túlio(Zackarias Nepomuceno) e Walter (Aleph – banda de metal). Foi com eles que toquei pela primeira vez em eventos no mesmo dia que bandas internacionais tocaram - no ABRIL PRO ROCK com o PLACEBO e CLARO Q É ROCK em São Paulo, com Iggy Pop e Stooges, Sonic Youth, Flaming Lips, outros. Divertido demais, é isso.

Chico Corrêa & Electronic band (ELETRÔNICO)– Experiência marcante de fusão de rock, música regional com música eletrônica. Viajamos bastante pelo país. Experiência muito rica musicalmente. Gravamos um CD, que atualmente, está sendo bem recebido no Japão e Europa. Esmeraldo, identidade real do Chico Corrêa, é uma pessoa fantástica."


Quando o assunto é musica e suas implicâncias, discorre com inteligência nas suas opiniões, sendo bem centrado em seus argumentos, com isso é sempre requisitado em qualquer atividade que envolva o meio; agora recente esteve trabalhando na produção do festival Aumenta Que é Rock. Aproveitamos para fazer um pequena entrevista, onde ele nos conta:

O que significa Música pra voce? porque fazer Música?
"Música é de onde tiro oxigênio. Música, para mim, nem é uma escolha, é uma imposição, tá no meu cotidiano. É nisso que penso e ouço o dia todo, como uma trilha sonora cotidiana. Estou sempre cantando, ouvindo ou batucando alguma coisa."


Como você avalia a atual música pop e rock na Paraíba?
"Sem dúvida, cresceu. Antes conhecíamos quase todos os nomes, as bandas, as pessoas do circuito. Hoje não acontece mais isso, recentemente andamos catando bandas pra colocar nos palcos e acabamos descobrindo muita coisa boa, que sequer tinha saído das garagens. São jovens com informação e capacidade, mas que, muitas vezes, se limitam a montar sua banda e se ater aos domínios da internet, colocando o som que eles mesmos produzem em casa com os amigos e colocam para download e audição em sites de hospedagem de MP3. Interessante que comprovamos que algumas dessas bandas funcionam ao vivo, digo, no palco, e outras não, permanecem impressionando somente virtualmente. Mas percebo que os sons hoje são bem mas trabalhados e com influências bem mais diversas do que tínhamos anteriormente. Sinto falta, apenas, de vê-los nos palcos. Estamos tentando resgatá-los."


Pirataria, internet, mp3, estamos no final de uma era e começo de outra?
"Essa nova fase já começou, o que ainda não se concretizou é a parte comercial da coisa, essa, acredito, ainda leva um tempo. Mas muitas bandas já tem tirado proveito dessa nova fase, digamos, democrática da rede. Esta mais fácil para divulgar e para manter contato direto com o público. Quem vai ter que se adaptar agora, são as gravadoras e todos esses "esquemas" de divulgação, criados pelas majors e do qual se tornaram escravos. Enfim, prefiro essa situação meio anárquica de hoje."


No seu universo musical o que tem ouvido de interessante.
"Ouço tudo ao mesmo tempo. Tenho por hábito pegar sons de amigos próximos que tem gosto em comum e baixar outras coisas. Curiosamente ando ouvindo muitos sons antigos, algumas raridades baixadas de blogs de música nacional (Joelho de Porco, trilha sonora do orfeu negro(1958), Dom um Romão e outros) e bandas muito recentes baixadas de sites gringos (The Shins, 1990s, Ingenting, The Noisetes, Jucifer, outros). Bandas da região que gosto de ouvir ? Vamoz !, Bugs, Bonnies, Cabeça Chata, Honkers, Scary Monster, pô, um monte! Ficaria horas listando, ouço música o dia todo, o tempo todo."


No momento quais são seus projetos sonoros?

"Sempre fui de tocar em várias bandas ao mesmo tempo. No momento, minha banda principal é o LA GAMBIAJA, banda que mistura muitas tendências de rock, música brasileira e música com groove!. Tenho um projeto de punk rock old school com os caras do Rotten Flies chamado CELERADOS. Continuo com o projeto MADALENA MOOG, do meu amigo Patativa que vive na ponte aérea, Porto Alegre – João Pessoa. Toco numa banda chamada ENQUANTO ISSO, que entrei há pouco tempo e tem influências de rock nacional oitentista. O MUSA JUNKIE está de stand by, já que um dos integrantes está morando fora do país. Acho que é só.. hehehehe"

Sábado, Agosto 11, 2007

Comedores de Lixo



"De Deus ou dos Homens?" - Comedores de Lixo (Cactus Discos)
"Tem boquinha não!" é uma gíria bem comum em João Pessoa. Pode significar sem concessão, não tem jeito ou algo similar. Serve bem para definir o contexto desse novo disco da banda: protesto na sua forma mais direta! Nosso mundo sempre foi um dilema entre bem e o mal, ser bom ou ruim, oscilante entre as benesses e as mazelas da humanidade, caricata na urgência das nossas necessidades. O homem descobriu modelos de protestos, discursa, idealiza soluções e o sofrimento persiste. "De Deus e dos Homens?" apresenta sua forma mais sincera e primitiva, mais contundente e menos filosófica. Basta ver a duração do disco com pouco mais de vinte minutos e faixas que não ultrapassam os dois minutos, alimentado por um punk hardcore tradicional de guitarras distorcidas e uma bateria super veloz. Álbum carregado por 16 "bombas" e mais um "cover" - que intitula o trabalho - da extinta Matando a Pau. O discurso pode ser batido, mas é justo como diz a letra sobre a destruição ambiental de "Progresso", faixa de abertura. Ou nos vergonhosos atos da classe política em "Impunidade"; até os títulos das músicas denunciam o que contém no seus textos, vide "Caiapós", a excelente "Mães da Infância"; "Trabalho Infantil" e "A velha seca". O quarteto liderado pelo vocalista Lawrence, completa 11 anos de existência sem abrir mão de um milímetro do que pensam. Hoje é uma das melhores bandas - junto com a Rotten Flies - do gênero no estado, fazendo com honestidade e qualidade sou trabalho, sua sina. Tem boquinha não!!! (Jesuino Oliveira)
Contato:
lawvinicius@hotmail.com # klaton@gmail.com
Comedores de Lixo

Quinta-feira, Maio 10, 2007

Capa Coletânea

Quarta-feira, Março 07, 2007

Nordeste Independente - Paraiba


(Release)

O evento se estende da Bahia ao Ceará: no próximo dia 10 de março, Vitória da Conquista (BA), Salvador (BA), Itabaiana (SE), Aracaju (SE), Recife (PE), João Pessoa (PB), Natal (RN) e Fortaleza (CE) serão sedes simultâneas do 1° Festival Nordeste Independente. Um brado de liberdade, ou melhor, da boa música sem amarras comerciais e sob compromisso de carreira e espelho do que acontece em cada uma dessas cidades. Tudo ao mesmo tempo. E com o mesmo propósito.

Negócio grande. Maior do que se possa imaginar. O Nordeste Independente é um coletivo de produtores, músicos e jornalistas que movimentam o circuito da música independente na região. Experiência online que faz um recorte interessante do meio e evidencia como é possível definir um mercado decente para a música no Brasil. Além dos esquemas de jabá em rádios e TV´s, entre bandas movidas a pistolões. Este festival é um dos projetos palpáveis desse grupo, assim como a elaboração de um material em vídeo, em formato de cobertura jornalística dos shows, para produção de um DVD cobrindo esta movimentação nas cidades envolvidas, que sairá pelo selo Mudernage Discos, de Natal. Entrevistas, trechos de shows, opiniões e depoimentos farão parte da compilação, servindo assim de portfolio pra produção rock do nordeste, com suas principais bandas e manifestações.

Aqui em João Pessoa, a produção do festival pretende unir oito bandas, variando estilos dentro do rock e valorizando os grupos de destaque nos últimos anos. Dentre as bandas convidadas estão: Rotten Flies, Madalena, Zackarias Nepomuceno, Scary monsters, Star 61, Motherhell, Dalila no Caos, Flying Back e a Gauche, originalmente.

Além dos shows, debates, fanzines e bancas com material local e das cidades envolvidas estarão marcando presença, valorizando, mais uma vez, as diversas formas de expressão de um circuito que tem seu próprio público e incentivadores.

O coletivo surge a fim de facilitar o intercâmbio entre os estados nordestinos. Propostas de shows, divulgação de material dos artistas, discussão de notícias e textos relacionados ao meio independente ou ao universo da música em geral. A experiência, de fato, rende resultados práticos: bandas acertam shows em outras cidades através da lista, a repercussão de festivais e outros eventos independentes circulam fácil entre o grupo. E fora dele. A idéia é fazer barulho na imprensa nacional.

A cena musical nordestina mostra a sua cara, de uma só vez, no dia 10 de março de 2007. É o 1º Festival Nordeste Independente. Primeiro, mas não único.

Informações: Carolina Morena ( carolina.morena@gmail.com )

Terça-feira, Janeiro 30, 2007

Retrospectiva PB Rock 2006

O ano passado foi um ano atípico para a cena local. É evidente que a moderna tecnologia influencia comportamentos, atitudes e objetivos. A consolidação de ferramentas como a Internet, acessibilidade de novas mídias e equipamentos de qualidade; além da formatação de um novo mercado musical já é uma verdade comum. E dentro desse contexto a cena independente paraibana caminha a passos firmes.
O ano de 2006 foi muito bom em novidades, apesar das insistentes dificuldades de ordem financeira, tivemos o surgimento de novas bandas, festivais, espaços para shows, novos estúdios, lançamentos de discos e outras atividades como a lista de discussão PB Rock.
Num rascunho dos importantes fatos destaques para as participações, em renomados eventos, de grupos como Chico Correa & Eletronic Band, Star 61, Escurinho, Dalila No Caos e o internacional Cabruêra, que lançaram bons trabalhos e representaram bem o estado em palcos distantes. Os mais antenados descobriram o poço de talentos da musica pop surgidos nos últimos anos na Paraíba.
Fazendo um breve apanhado do que aconteceu e servindo também como registro, a lista PB Rock, com uma iniciativa pioneira e formato simples, fez uma enquête sobre as mais destacadas produções do cenário local (realizadas em 2006), para as categorias Disco, Banda, Show e Revelação.
Vale ressaltar que a quantidade e qualidade dos novos estúdios facilitaram o acesso das gravações, tornando seu custo mais em conta. Com isso uma leva significante de bandas lançou seus discos demonstrativos e oficiais; um sinal promissor do que vem pela frente...

Disco.
O ano proporcionou bons lançamentos, tendo o topo da lista com “Noisecoregroovecocoenvenenado” do trio Zefirina Bomba (hoje radicado em São Paulo) disco bem produzindo e captura toda energia da banda ao vivo, o álbum figurou na lista dos melhores em várias publicações. Recebendo a mesma quantidade de votos tivemos “Botando pra Quebrar” do grupo Tocaia, “Sons da Paraiba” do Cabruera e álbum de mesmo nome do Chico Correa & Eletronic Band, todos três com excelente produção e musicalmente adicionando os típicos regionalismos. Correndo por fora tivemos “Comprimido”, cd-single do quarteto Dalila No Caos, a grata surpresa presente na votação de todas as categorias.

Banda
Talvez a escolha mais difícil na enquête, ficando empatados três bandas. O Cabruêra, veterano grupo de Campina Grande, hoje um dos grandes destaques da musica pop paraibana, ano passado fez uma importante turnê na Europa. Figura carimbada nos principais festivais indie brasuca, o Star 61 e seu carismático band leader Flaviano foi puro confete e elogios, que vem rendendo novos convites. Das bandas novas, o Motherhell é a que mais causou impacto com seu som e show energético sem muita firula.

Revelação.
Outra escolha nada fácil devido à quantidade significante de novas bandas. Por conseguinte mais um empate, agora com o duo disco-punk No Me Abandones, dividindo os louros com o Azeite Sinhora Vó, que faz um moderno rock cheio de brasilidade e uma cativante vocalista, a lista completa com o alt-rock dos rapazes do Sem Horas. O quarteto Dalila No Caos também chegou bem na votação.

Show.
Apesar da disputa, foi o mais previsível e fácil de apontar. No ano que passou foram as três melhores bandas tocando ao vivo, seja pelo carisma ou pela energia desprendida: Motherhell, Star 61 e o Zackarias Nepomuceno na cola.

Outras considerações.
Diante de vários acontecimentos, devemos ressaltar a confirmação do programa radiofônico Aumenta Que É Rock! o único especializado a divulgar as bandas locais, que completou um ano de atividades e com o mesmo nome já rendeu primeiro festival trazendo importantes nomes do cenário independente nacional; agora é selo prestes a lançar primeiro titulo, além de um bar para produções do conglomerado. Falando em festival, registramos a terceira edição do multimídia Festival Mundo, agora firmando no calendário de eventos da cidade.
A criação da lista PB Rock gerou melhor comunicação e idéias na cena local, atraindo bandas, músicos, jornalistas, produtores e demais interessados em consolidar o meio. A partir disso foi elaborado um projeto para feitura de uma coletânea com algumas bandas da cena, que teve está sendo posta em pratica.

Aerotrio



A paraibana Campina Grande, carinhosamente conhecida por Rainha da Borborema, é uma cidade cosmopolita. Na verdade uma importante cidade entreposto do interior nordestino, e como tal, expansiva, dinâmica e universal. Atrevida quando o assunto é modernidade, quando o assunto é atitude, mesmo fazendo parte de um estado economicamente pobre. Isso por si só, é um bom mote pra montar uma banda. E que tal uma banda de jazz? Eis um bom motivo para existência do Aerotrio.

O grupo é formado pelo baterista Edmar Travassos, o tecladista Paulo Guilherme e o contra-baixista Orlando Freitas (ex-Cabruêra), esse recentemente foi substituído por Fábio, mas que compôs e gravou no disco. Criados no cenário local do rock pesado deram uma guinada radical para fazer um avant-jazz sutilmente embebido de regionalismo, pouquinho de experimentalismo, de bossa nova e até de rock. O passado rock e o futuro instrumental deram vazão a uma sonoridade refinada, diversa e simpática. Pela imaginação, no mínimo interessante.

No final do ano passado lançou de maneira independente e sob o aval de uma lei de incentivo a cultura local, o primeiro disco que leva o nome da banda e conta com dez musicas produzidas em parceria com Lindenberg Oliveira. Para saber mais dessa novidade, batemos um papo (via e-mail) com o baterista Edmar, também porta-voz do grupo.

Conta-me um pouco da historia da banda, quando e como começaram.

O Aerotrio tem três anos. Havia um desejo antigo de montar uma banda que tocasse somente música instrumental. Exclusivamente!!! Nada daquelas composições cheias de notas e virtuosismos desnecessários ou "mela-cuecas". Queríamos fazer algo mais orientado para o groove. Apesar de, em nossas bandas anteriores, tocarmos algumas coisas instrumentais, ter "um Aerotrio" era o nosso ideal. Foi um momento de "estalo": Três amigos e com a formação que imaginávamos (baixo, teclados e bateria).

Uma pergunta intrigante: por que fazer música?

Eita !!! Essa é realmente intrigante). É um tanto complicado explicar uma paixão, pois estamos envolvidos com música desde nossa infância/adolescência. Mesmo sabendo das dificuldades de ser músico em nosso país, nos sentimos energizados fazendo o que fazemos. É prazeroso ir ao nosso estúdio de ensaios e lá criar, dar asas à imaginação. É muito bom quando estamos no palco, pois nos damos muito bem musicalmente/profissionalmente e pessoalmente. Realmente espero continuar fazendo música com o Aerotrio e com meus dois comparsas, Fábio e Paulo.

Como é esse inusitado de terem formação e tocado rock para fazerem um jazz moderno com instrumental refinado?

Apesar de termos passado por bandas de rock (hardcore, metal, etc.), ele (o rock) é mais uma das nossas influências. O que fazemos é uma grande mistura de ritmos e estilos, resultado de uma bagagem musical adquirida ao longo dos anos. Não é difícil "ver" em nosso trabalho rock, jazz, baião, hip hop, bossa nova... E a transição de um estilo para outro foi e é muito natural para nós.

Ser uma banda de “modern jazz” no interior da Paraíba deve ser algo bem estranho, né? Como é que vocês vêem isso? Existe público e espaço? Quais são as maiores dificuldades?

Antes de estrearmos com o Aerotrio, pensávamos nisso. O que mais nos surpreendeu e surpreende é o reconhecimento e apoio do público por onde tocamos. Em nossos shows, sempre há uma platéia cada vez maior, atenta e receptiva. Quanto a espaços para tocar e dificuldades, acho que isso acontece em todo lugar para quem esta buscando um lugar ao sol. O que nos deixa motivados é ver que há maneiras de divulgar nosso trabalho mundo afora e a cada dia mais gente nos conhece, nos cantata e isso nos deixa feliz. Obstáculos sempre vão existir para quem vive "correndo por fora" do esquemão.

Gostaria de saber quais as influencias musicais da banda.

A lista é extensa. Vai de Mozart ao Slayer. Mas tem muita coisa que gostamos em comum: Miles Davis, Medeski Martin & Wood, Erik Truffaz, The Cinematic Orchestra, Tied And Tickled Trio, John Coltrane, Nação Zumbi, Dj Shadow, Fela Kuti, Dentre muitos outros.

Muito bem gravado, com timbragens e arranjos interessantes. Como foi produzirem e lançarem esse primeiro disco?

Em 1º lugar, foi de suma importância termos aprovado o projeto do cd no FIC - Augusto dos Anjos (lei estadual de apoio à cultura), pois, como tínhamos recursos, pudemos contar com um produtor musical (Lindenberg Oliveira), um bom estúdio com tempo necessário para gravar e mixar, um outro para masterizar, uma fábrica que é referência para prensar nosso disco. Enfim, havia grana para bancar toda a logística que envolve o processo de produção de um cd, o que nos deixava bastante tranqüilos e relaxados.

Também que tivemos "todo o tempo do mundo" para compor nosso 1º disco (quase toda banda tem, né? - risos), testar nossas músicas ao vivo, re-arranjar algumas coisas, saber o que funcionava melhor em estúdio e no palco. De uma forma tranqüila e acredito que no momento certo para fazermos nosso debut.

O que planejam para 2007?

Conquistar o Mundo! Falando sério, planejamos divulgar nosso cd e nosso trabalho. E tocar para um maior número de pessoas, nos mais diversos lugares. Nada muito grandioso ou absurdo.

Aerotrio

Quarta-feira, Setembro 13, 2006

Festival Mundo 2006


Em João Pessoa, nesse fim de semana - dias 15 e 16 - acontece a terceira edição do Festival Mundo. O evento vem crescendo e consolidando-se passo a passo na cena musical paraibana. Longe apenas de ser uma amostragem sonora, o Festival Mundo abrange tendências e outras artes com significância.

O jovem produtor Rayan Lins explica: “Não é apenas um festival de rock, é um festival de arte independente. Acho que isso já é um bom diferencial. Crescer mais em outras opções do festival, como debates, palestras abordando o meio musical e a interação com as artes visuais”.

Preocupado em expandir seu conteúdo, criando oportunidades para escapar da mesmice tão comum ao tipo de evento, o festival trilha caminho interessante...

A nova casa de show da cidade, Galpão 14, localizada no Centro Histórico, será a sede da festa que terá a presença de importantes bandas pernambucanas e potiguares, além das valiosas pratas da casa junto com as novidades do rock paraibano.

(a banda Rotten Flies ilustra o post)

Galpão 14 – Shows

Dia 15/09 – Sexta-feira

Gauche

Flying Back

Enquanto Isso...

Superoutro (PE)

Mellotrons (PE)

The Playboys (PE)

Discotecagem : Verdeee / Chico Correa

Dia 16/09 – Sábado

Mobiê

Dalila no Caos

Rotten Flies

Mother Hell

Dawn Jones

No Me Abandones

Bonnies (RN)

Bugs (RN)

Star 61

Discotecagem:: Cassiano / Carlos Dowling

+ Ciclo de debates

+ Exposição de artes visuais no casarão IAB

R$7,00 na hora

R$5,00 antecipado nas lojas Tribos Rock Wear e Música Urbana

R$10,00 Pacote para os dois dias

Festival Mundo

Segunda-feira, Agosto 14, 2006

Bomba Zefirina


O power trio paraibano Zefirina Bomba foi destaque na edição do último domingo do jornal Correio da Paraiba, numa matéria feita pela agência Folhapress. A banda acabou de lançar seu primeiro disco intitulado "Noisecoregroovecocoenvenenado" pela marca Trama. O promissor grupo faz parte da nova leva de bons sons do país.